Ao relembrar em Plenário o suicídio de Getúlio Vargas, ocorrido em 24 de agosto de 1954, o senador Paulo Duque (PMDB-RJ) sustentou que, com o gesto, o ex-presidente "calou seus adversários, deixando um legado de heroísmo, firmeza e personalidade". O parlamentar também observou que Getúlio saiu pobre da política.
– Getúlio se matou com um tiro no coração para defender sua honra. Falsos amigos, traidores natos, aproveitadores, políticos inescrupulosos, tudo isso fez com que ele, naquela trágica manhã, conseguisse reverter o quadro político dos que o apedrejavam, dos que o xingavam, daqueles que o atazanavam e que passaram a ter uma expressão tristonha, a ficar arrependidos e até mesmo a chorar – afirmou.
Paulo Duque disse ter acompanhado de perto os episódios que culminaram no suicíd
io, não só por morar no Rio de Janeiro, mas também por estudar Direito a um quarteirão do Palácio do Catete, sede do governo à época e hoje transformado no Museu da República. Ele lembrou que a crise começou duas semanas antes, com a tentativa de assassinato de Carlos Lacerda e observou que a Aeronáutica, mesmo com as "deficiências da época", conseguiu investigar e prender os autores do atentado.
O senador mencionou que Getúlio Vargas criara, um ano antes, a Petrobras. Sete anos depois, disse Paulo Duque, o geólogo norte-americano Walter Link, contratado pela estatal brasileira, sustentou que algumas áreas do país não tinham petróleo.
– No final do seu relatório, Walter Link diz o seguinte: a Petrobras deveria pensar em buscar petróleo no mar. É como se ele estivesse advertindo assim: ‘Olha, eu sei onde é que está o ouro’ – afirmou Paulo Duque, que informou que fará um discurso sobre a Petrobras.
Jornal do Senado