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domingo, novembro 24, 2024

5 de junho – dia mundial do Meio Ambiente – A AMAZÔNIA É NOSSA

Lá pelo final da década de 30 e início dos anos 40 as prospecções geológicas indicavam a riqueza do solo brasileiro em petróleo, com perspectivas altamente promissoras. As duas grandes importadoras que, então, abasteciam o nosso mercado com o produto e seus derivados eram as multinacionais “Standard Oil”, americana e “Atlanctic”, inglesa.
Com uma visão de futuro,
essas empresas negociavam, em surdina, a concessão para a exploração do “ouro negro” nacional. Monteiro Lobato, um intrépido nacionalista, desfraldou aos quatro ventos do rincão pátrio a bandeira cujo lema era: “O PETROLEO É NOSSO”.
Estando o Brasil envolvido no conflito em que as nações se digladiavam em solo europeu, era um tanto exacerbado o patriotismo do nosso povo que fez eco ao brado de Monteiro Lobato. O Presidente Vargas não teve dúvidas em abraçar a causa, criando a PETROBRAS, hoje um baluarte da riqueza e do desenvolvimento nacional, ocupando posição de destaque no cenário internacional.
Voltando ao título dessa matéria, parafraseando Monteiro Lobato, é chegada a hora de se levantar a mesma bandeira, fazendo ecoar aos quatro ventos do mundo o brado “A AMAZÔNIA É NOSSA” e o artífice desse movimento deveriam ser as autoridades federais.
A estapafúrdia ideia da internacionalização da Amazônia não é nova. De tempos em tempos volta à baila. Atualmente, diante das sombrias avaliações da ONU de que no nosso século o fantasma da escassez de água potável será uma das razões, talvez a única, geradoras de ´sérios conflitos entre as nações, o assunto da internacionalização da região amazônica volta a ocupar as manchetes dos jornais internacionais. Na verdade, há que se considerar que na bacia amazônica concentra-se quase ¼ dos mananciais de água potável de todo o mundo.
O assessor para assuntos estratégicos da ONU – Pascal Boniface – escreveu em seu livro “a guerra do amanhã” , textualmente que “ entre os cenários de guerras desse século provocadas pelo aquecimento global, a região amazônica será invadida por um colegiado internacional, ação justificada pelo fato de que salvar a Amazônia equivale a salvar a humanidade”. Comunga da mesma ideia o ex-comissário de comércio da União Européia – o francês Pasxal Lamy – quando afirma que: “as florestas tropicais, como um todo, devem ser submetidas a uma gestão coletiva, ou seja, ou seja, à gestão da comunidade internacional”.
No ultimo dia 15/05 o jornal inglês “The Independent” , ao anunciar a demissão da ministra Marina Silva afirmava: “ uma coisa está clara: a Amazônia é muito importante para ser deixada com os brasileiros”.
O “The New York Times” do dia 18 de maio abre seu editorial com o título: “De quem é, afinal a Amazônia?”, questiona a soberania brasileira sobre a região Amazônica e encerra a matéria citando o ex-senador americano Al Gore que, já em 1989, afirmava: “ ao contrário do que pensam os brasileiros, a Amazônia não é propriedade deles; pertence a todos nós”.
Diante desses achincalhes ao Brasil e a suas autoridades constituídas considerando-as ineptas na questão amazônica, questionado em uma reunião empresarial no Rio de Janeiro, o Presidente Lula limitou-se a dizer que tudo não passava de especulação da imprensa, pois que “todo mundo saber que a Amazônia é brasileira”. Já o ministro Minc afirma “essas propostas não passam de uma paranóia de alguns desajustados psicologicamente” e que “os donos da Amazônia somos nós”
Consciente dessa problemática, do alto da sua vivencia internacional, o ministro Mangabeira Unger, coordenador do Plano Amazônia Sustentável, afirmou em recente entrevista: “ hoje a Amazônia é nosso maior foco de preocupações com a segurança”. E vai mais além no seu discurso: “uma guerra assimétrica na Amazônia, uma guerra contra uma potência muito superior que nos forçaria a uma guerra de resistência nacional é uma hipótese em potencial”. È ainda Mangabeira Unger quem projeta um outro cenário que “incluiria a ação militar de um país vizinho, sob o patrocínio de uma grande potência, bem como incursões de forças irregulares ou paramilitares”. É bom lembrar que as FARCs colombianas estão logo ali na fronteira Brasil – Colômbia e os Estados Unidos exercem relevante influência no país vizinho.
O ministro Nelson Jobin, embora não acreditando em um risco imediato, garante, no entanto, que as Forças Armadas estão em alerta para a pior eventualidade.
Há quem, como o cientista Político Paulo Ribeiro Rodrigues da Cunha, prevê um conflito militar na Amazônia para daqui a três ou quatro décadas, com um inimigo que, muito provavelmente, seria os Estados Unidos.
Os argumentos dos internacionalistas, fundamentam-se, principalmente, na questão do desmatamento, pois que suas conseqüências são desastrosas ao meio ambiente global, uma vez que a floresta amazônica é responsável por uma imensa parcela da formação do oxigênio que se respira em todo o mundo.
É patente que não somente as boas intenções movem os internacionalistas. À margem da poluição ambiental estão interesses outros, representados pela cobiça sobre a imensa riqueza da região Amazônica.
Há informações de que, na União Européia, está em andamento a formação de um consórcio internacional para arrecadar 850 bilhões de euros para custeio da industrialização da Amazônia, a pretexto de preservar a floresta que é tida como o “pulmão do mundo”. Aliás, já existem vários estrangeiros detentores de extensas propriedades na região em questão, e cujo discurso é nebuloso.
Essa cobiça sobre a Amazônia vem de longa data. Já no Séc XIX (1850) Mathew Fontaine Maury, chefe do serviço hidrográfico da marinha inglesa escrevia: “ o mundo amazônico aguarda a chegada de raças fortes e decididas para ser conquistado”. E ao longo do Século XX muitas foram as manifestações de governantes e autoridades constituídas de diversas origens, em sua maioria européias, pela internacionalização da Amazônia brasileira.
Há que se considerar que a Amazônia legal ocupa 61% do território nacional e as reservas indígenas 12 %, ou seja 1/5 da região amazônica, onde predominantemente se localizam.
Quando, lá pelo Séc XVI e XVII os Bandeirantes se aventuravam pelo interior do Brasil, desbravando o inóspito território à caça das riquezas minerais, conquistavam os nossos aborígines com espelhinhos, colares de contas de vidro e objetos outros reluzentes. Atualmente a maioria, talvez, das ONGs que adentram a Amazônia Legal, financiadas por capital estrangeiro atraem os indígenas com “papeluchos verdinhos”, com a efígie de George Washington.
Entre aquelas organizações internacionais que atuam na Amazônia, a pretexto de defender a ecologia e os interesses humanos, as que cumprem esses objetivos é minoria. As demais têm interesses outros voltados para a riqueza do solo e a biodiversidade. Há que se considerar que na região encontram-se extensas áreas cujo subsolo abriga incomensurável riqueza mineral e a mais diversificada biodiversidade. Basta lembrar que no sudoeste do Pará as prospecções indicam a presença de jazidas auríferas que abrigam a maior concentração mundial de ouro. 96% das reservas de nióbio (metal nobre) concentram-se na Amazônia.
A penetração das ONGs sem a rígida fiscalização dos órgãos competentes nas reservas indígenas e a aquisição de terras amazônicas por estrangeiros, sem controle governamental é preocupante.
A propósito, fazemos nossas aa palavras do jornalista Octavio Costa: “…assim, lamentavelmente, muito antes de enfrentar invasores externos, o Brasil terá de invadir uma porção do próprio território para reaver a integridade do seu chão.

J.V.Rodrigues

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