3 doenças têm índices alarmantes no Estado

Hanseníase, dengue e infecção respiratória aguda apresentaram piora nos indicadores em Mato Grosso, aponta o Tribunal de Contas do Estado (TCE). O órgão detectou as deficiências com base em dados oficiais divulgados pelos 141 municípios. Também tiveram resultado negativo 2 indicadores da educação na rede estadual. Essa é a mais recente avaliação que o TCE faz visando fiscalizar não apenas a quantia gasta pelos gestores, mas a aplicabilidade dos recursos.
Técnicos do TCE avaliaram os números relativos à saúde e à educação em comparação com as taxas nacionais com base no banco de dados do Sistema Único de Saúde (DataSUS), no Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), no Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e nas Secretarias de Educação e Saúde municipais e do Estado.
Enquanto no Brasil o número médio é de quase 2 casos de hanseníase para cada 10 mil habitantes, em Mato Grosso é de 8,96. O município com o maior índice é Bom Jesus do Araguaia (983 km a nordeste de Cuiabá) com 62,7 casos para cada 10 mil habitantes. Esses números, analisados ano passado, são da comparação entre 2009 e 2008, os mais recentes. A hanseníase é uma doença infecciosa causada por um micróbio que afeta as células nervosas do indivíduo.
Ao todo, no Estado, 134 municípios estão pior que a média nacional em hanseníase. Os 7 únicos que estão abaixo desse índice são Rondolândia, Vale de São Domingos, Porto Esperidião, Indiavaí, Paranatinga, Araguainha e Gaúcha do Norte. Destes, apenas Gaúcha do Norte possui caso registrado da doença, sendo 1,61.
Outra questão que acomete os municípios de Mato Grosso é a já conhecida dengue. Responsável em 2010 por mais de 45 mil casos registrados, a doença reina no Estado com uma média de 1.749 casos para cada 100 mil habitantes, superior à média brasileira de 212 casos. O município de Indiavaí (367 km a oeste da Capital) é o que apresentou maior número de casos no Estado com mais de 7,2 mil.
A dengue está acima da média em 106 municípios de Mato Grosso, ou seja, 77%. Em 32 deles o índice está abaixo e em 3 se aproxima (mas não alcança) os 212 casos. Os destaques estão com Apiacás, Canabrava do Norte e Araguainha, que não registraram nenhum caso.
A internação por infecção respiratória aguda, conhecida como “IRA”, foi registrada em crianças menores de 5 anos. Mato Grosso está acima da média nacional em quase 9 casos, sendo 33,95 contra 25,3 para cada mil pessoas. Quarenta e seis por cento dos municípios (63) estão acima da média e 3 se aproximando dela. Os destaques negativos ficam com Nova Canaã do Norte com 185 casos, Tapurah (175 casos) e Barra do Bugres (100 casos).
Uma das IRAs mais preocupantes é a pneumonia, que pode trazer risco de morte à criança. É necessário que os doentes evitem contato de fumaça de cigarro e fogo.