O Governo Bolsonaro chegou, na semana passada, a marca de 100 dias e por uma ironia do destino, na mesma semana, o ex-presidente Lula completou um ano de prisão na capital do Paraná. É natural uma reflexão das duas datas e os efeitos deles na sociedade e na forma de pensar de todos nós brasileiros.
Na verdade, as duas situações são distintas, mas revelam ainda que o Brasil continua dividido e pelo visto, isso vai ocorrer por décadas e mais décadas.
Os 100 dias de Bolsonaro é avaliado por vários ângulos e segmentos; pela ótica dos adversários Bolsonaro cumpriu poucas metas e , de quebra, não governou de forma direta; esteve mais preocupado com o seu twitter do que realmente trabalhar. Fora isso teria deixado de lado, algumas propostas de campanha.
Pela ótica da situação, percebe-se um ângulo diferente. Bolsonaro e seus aliados teriam cumprido mais metas inicias que seus antecessores; Dilma e Lula e que o atual presidente estaria tendo coragem de mexer em situações consideradas delicadas e estratégicas como o pacote anti-crime e a tão propalada e polêmica reforma da previdência social e que a economia teria melhorado.
O que se pode dizer até o presente momento é que 100 dias é muito pouco tempo para se avaliar qualquer tipo de governo, independente de quem esteja sentado na cadeira de presidente.
Por outro lado, Bolsonaristas comemoraram o aniversário da prisão de Lula, argumentando de forma clara que foi feita justiça. As comemorações tiveram com pico máximo um vídeo distribuído nas redes sociais pelo empresário Luciano Hang, dono das lojas Havan, em que preparava uma verdadeira festa para lembrar a data.
Os Lulistas contrapõem, ao invés de comemorar fazem vigília de apoio em Curitiba e mantém vivo o discurso de que a prisão do ex-presidente foi uma estratégia política e que não há provas claras de que Lula teria cometido os crimes em que foi condenado.
O que se pode dizer, com todas as letras, é que pelo visto o Brasil vai continuar dividido, e o pior: sem previsão de que a situação mude, tanto pela ótica do grupo que está governando o país como pelo ângulo de quem esteve e agora está fora do Poder.
O justo seria que cada um reconhecesse seus erros e acertos e chegassem num consenso em busca de um único objetivo, o crescimento de um país, justo, honesto e com a manutenção do maior bem do Brasileiro: o estado democrático.