Em maio de 2019, a Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia ( Abraceel ) , realizou um estudo, onde apontou que 87% dos brasileiros consideram que a energia elétrica é cara ou muito cara. Devido ao estudo feito e coincidindo com o isolamento social agora neste ano corrente e comparando com o mês maio, as pessoas ficando mais tempo em casa, haverá consequentemente um aumento no consumo de energia elétrica em seus lares e/ou unidades consumidores – e muitos lares não disponibilizam o uso de fontes alternativas de energia, como a fotovoltaica, que ajudam a reduzir os custos do consumo de energia elétrica.
As condições climáticas volta e meia tem afetado os recursos hídricos, e por sua vez estes recursos colaboram com geração de energia por parte das hidroelétricas, representando cerca de 70% da matriz elétrica. O Brasil enfrenta problemas para garantir a geração de energia, como explica a professor do curso de Engenharia Elétrica da Unic Rondonópolis, Gilberto de Sousa Bruno. "Mesmo com uma hidrografia invejável e com novas hidrelétricas sendo construídas, e uma demanda de consumo elétrico oscilante, não conseguimos garantir uma condição favorável de disponibilidade para geração de energia de forma uniforme ao longo do ano inteiro. É ressalta-se a importância da consciência no consumo".
Para utilizar a energia de maneira consciente, que ajude o meio ambiente, e ainda economizar na conta de luz, o professor de Engenharia Elétrica da Unic Rondonópolis dá algumas dicas:
1. Entender a potência do aparelho
Algumas pessoas compram aparelhos ou equipamentos por impulso ou por recomendação do vendedor. Elas têm em casa a melhor fritadeira elétrica, a chapinha mais quente, o chuveiro com maior vazão, por exemplo. Muitas vezes, essa potência toda não se justifica. Por isso, é importante conhecer o tipo de aparelho para compreender se sua instalação elétrica residencial está adequada para recebê-lo, entender qual a sua eficiência energética e o quanto ele representa de consumo de energia, ou seja, a contribuição ao final da fatura.
2. Geladeira e fogão próximos não combinam
Esses dois equipamentos próximos podem interferir no consumo de energia um do outro, devido às diferenças de temperatura. O calor do fogão, quando a geladeira está ao lado, pode atrapalhar muito o desempenho do equipamento. Procure posicioná-los em locais distantes para garantir o funcionamento adequado.
3. Mantenha o filtro do ar-condicionado limpo
O uso do ar-condicionado racionalmente não tira o conforto ou a qualidade de quem usa. A dica desse equipamento é manter sempre os seus filtros limpos, efetuar manutenções preventivas pelo menos uma vez a cada semestre com pessoas especializadas e dimensionar o ar ideal para o ambiente em que está instalado. Vale lembrar que os condicionadores de ar mais recentes possuem novas tecnologias que estão preocupadas com a eficiência energética.
4. Prefira os ventiladores
Para quem não tem o ar-condicionado ou quer economia na conta de energia, o uso do ventilador é uma boa opção. O produto pode consumir até 80% a menos em potência (watts) do que um ar-condicionado de 7.500 BTUs ou 2.197 watts. Prefira as versões mais econômicas, com qualidade e teste comprovados de sua eficiência pelos órgãos certificadores. Outra dica é aproveitar a ventilação natural sempre que possível.
5. Mantenha a geladeira fechada e verifique as borrachas de vedação
Procure ser rápido e preciso na escolha dos alimentos armazenados na geladeira. Parece básico, mas muita gente ainda abre a porta e fica observando por minutos, desnecessariamente. Neste período todo em que a geladeira fica aberta, ocorre troca de temperatura com o ambiente, o ar gelado que mantém a temperatura adequada acaba saindo. Então, os sensores indicam que precisa ligar o motor para gelar de novo e assim manter a temperatura ideal. Além disso, em algumas residências, a geladeira é o aparelho doméstico que tem o custo mais alto de utilização, por isso, mais uma dica: verifique a borracha de vedação da porta. Se estiver em estado ruim, faz o motor ligar mais vezes para manter a temperatura e, com isso, o consumo pode impactar na conta de energia.
6. Passe a maior possível de roupas
Caso tenha o hábito de passar roupas em poucas quantidades e todos os dias, saiba que é preciso mudar. Acumule a maior quantidade de roupas e tire um dia da semana para passa-las. Ligar o ferro várias vezes por semana certamente refletirá na conta de energia.
7. Dê preferência por aparelhos certificados PROCEL
Até algumas marcas de carros já possuem o selo PROCEL, os que têm a categorização por letras. Equipamentos eletrodomésticos são identificados de "A" até "G", sendo o selo com classificação "A" o mais eficiente. Dê preferência por ele, pois isso ajuda o meio-ambiente e o bolso do consumidor.
8. Não demore no chuveiro
Além de ser um dos aparelhos que mais consome energia na residência, passar muito no chuveiro representa o desperdício de água. O gasto varia conforme a potência do equipamento e tempo de permanência, por isso, lembre-se que consumo consciente evita surpresas na conta.
9. Evite "gambiarras" elétricas
Avalie se as instalações elétricas e os circuitos estão dimensionados corretamente para receber ligações dos eletrodomésticos. Caso não esteja, pode aquecer o condutor e derretê-lo, ocasionando um efeito térmico e aumentando as chances de um curto circuito ou, conforme a situação, até um incêndio. Evite usar benjamins (ou Tes) na mesma tomada e ligar vários aparelhos com potências diferentes, isso também produz efeito joule (quando a energia elétrica se transforma em térmica, ou seja, calor), consome energia e aumenta a possibilidade de incêndios.
10. Evite Stand-by
Os aparelhos, quando ficam em stand-by, também consomem energia. Essa ação pode representar até 12% do consumo total do aparelho. A dica importante, se não utiliza o aparelho com tanta frequência, tire-o da tomada e o gasto de energia cairá.
"Aproveitar as dicas e transformá-las em hábitos são uma forma cultural de pensar no meio ambiente e no bolso. Além disso, nunca se esqueça de um princípio básico: se ninguém está usando no ambiente não há necessidade de manter a iluminação acessa. Luz apagada não se paga. Pense nisso!", finaliza o professor do curso de Engenharia Elétrica da Unic Rondonópolis, Gilberto de Sousa Bruno.