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sexta-feira, abril 19, 2024

Seleção seletiva

“Em uma oscilação de amor e ódio com seus craques, a opinião pública sempre teve o poder de alterar os rumos da seleção nacional, mas isto é coisa do passado”

Diante dos inúmeros casos de corrupção e da exacerbada taxa tributária e de juros sobre seus ganhos, compras e promissórias, que faz com que poucos possam, por exemplo, poupar todo mês um pouco de dinheiro que possibilitem ao menos uma viagem por ano para conhecer um canto do Brasil, o povo deste país cada dia que passa sente que é menos dono do próprio país que mora, e isto não é de hoje. Até pouco tempo atrás, uma das poucas sensações remanescentes de propriedade em cima de um símbolo nacional era em relação a seleção brasileira. Em uma oscilação de amor e ódio com seus craques, a opinião pública sempre teve o poder de alterar os rumos da seleção nacional, mas isto é coisa do passado.
A contratação de Dunga é uma prova real de que a Confederação Brasileira de Futebol – CBF é dona majoritária do esporte mais amado por todas as camadas sociais na nação e os seus maiores acionistas decidem o futuro do time do coração de todo o brasileiro em uma sala fechada e obscura com no máximo seis senhores pré-idosos, com muito Whisky e pouca vergonha na casa sobre a mesa. A CBF é uma empresa, mas diferentemente da maioria das outras deste país, a receita é muito maior que as despesas. Esta entidade não tem obrigação quase alguma, os jogadores todos quem paga são os clubes, no entanto, arrecada mais do que qualquer time brasileiro com venda de jogos por todo o mundo. A seleção brasileira é um produto ótimo e está nas mãos de gente que não está nem aí para que tanto ama futebol.
Os jornalistas Juca Kfouri e Jorge Kajuru já declararam por diversas vezes que cobrem futebol, mas não mais o amam. Seguem suas carreiras por amor ao jornalismo, mas o esporte idolatrado na terra do Cristo Redentor já virou negócio de bandidos há muito tempo. De acordo com a Revita Exame, da respeitada editora Abril, a CBF faturou só em 2013, ano de Copa das Confederações e véspera de Copa no Brasil, cerca de 452 milhões de reais, a maior receita de sua história, segundo a consultoria de marketing e gestão esportiva Amir Somoggi. Ainda segundo a publicação, o valor é 18% em relação ao ano anterior. Os dados foram retirados do próprio balanço da entidade. A Copa, aliás, foi um negócio lindo para a CBF, desde o anúncio do Brasil como sede, em 2007, a então confederação comandada por Ricardo Teixeira, que para muito nunca deixou de ser o presidente, subiu 277% em faturamento.
No período, os valores recebidos das empresas patrocinadoras cresceram 328% e os direitos de transmissão 950%, segundo detalhes mais profundos da categoria. O preço de uma camisa da seleção brasileira oficial é um absurdo, durante a Copa das Copas, chamada Copa do Povo, o valor de uma peça era praticamente 40% do salário mínimo do país, um absurdo. Ricardo Teixeira, que saiu e deixou José Maria Marin, que dizem ter sido um péssimo jogador de futebol, tem inúmeros imóveis nos Estados Unidos, onde, inclusive, a camisa oficial do Brasil é muito mais barata que no próprio país da seleção.
O ex-atacante e craque, diferentemente do perna de pau Marin, Romário briga sozinho em Brasília tentando implantar na Câmara Federal uma CPI para averiguar as maracutaias da CBF, mas dificilmente terá apoio, porque segundo consta no baixo clero do parlamento brasileiro, em análises não oficiais, a entidade é uma das maiores financiadoras de campanhas políticas de peixes grandes para todo o canto do Brasil. E aí fica a pergunta: os senhores deputados depenarão sua própria galinha de ouro? Certamente não!
Existe uma célebre frase que os amantes da discussão política usam para argumentar e trazer aqueles que estão avessos a política: tudo é política. Mas no Brasil está sendo criado um novo e perigoso estereótipos: parece que tudo também é corrupção, seja na CBF, seja nos sindicatos, seja nas empresas, seja nas igrejas, seja nas associações, seja no futebol… Dizem até que existe corrupção até entre grupos corruptos, ah mas daí a coisa fica séria. Tem que ser companheiro!
Da Redação – Hevandro Soares

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