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Rondonópolis
quarta-feira, maio 8, 2024

Rondonópolis e seus recordes

Em menos de 60 dias Rondonópolis estará chegando ao seu sexagésimo aniversário de emancipação política, e o faz somando diversos recordes.
Rondonópolis soma uma renda per capta a maior do estado e superior à média nacional. Rondonópolis é a primeira em arrecadação estadual, suplantando a capital. É o pólo da região sul que agrega nada menos do que 18 municípios que se socorrem de nossa cidade quando seus munícipes carecem de consultas médicas especializadas. É para cá que acorrem, para resolução de suas pendências com o INSS, desde perícias médicas a encaminhamento de processos de aposentadoria. Aliás, em se tratando de perícias médicas, Rondonópolis atende até a pacientes da capital. Com uma população superior aos 200.000 habitantes soma a impressionante frota de veículos que em todas as suas modalidades representa, na média, um para cada dois habitantes. A polícia científica e técnica de Rondonópolis é que atende a todos aqueles municípios, quando por lá se faz necessária a sua presença.
Em Rondonópolis acontece anualmente a EXPOSUL, uma das principais feiras agropecuárias nacionais e a principal da região centro-oeste.
Hoje, com a chegada dos trilhos da ALL, Rondonópolis se transformou no principal centro ferroviário da empresa, de onde já sai diariamente a produção de grãos de ampla extensão territorial do estado, rumo aos portos de exportação. Ademais Rondonópolis está no entroncamento de duas das principais rodovias federais do país. E, pode-se dizer, que é a porta de entrada para grande região do estado, passagem obrigatória que é rumo à capital a ao denominado "nortão". Por aqui transitam também os veículos que se destinam aos estados de Rondônia e Acre. Por nossas estradas transita grande parte do progresso nacional.
A indústria rondonopolitana cresce a cada dia com novas empresas que aqui se estabelecem e outras estão por vir com o novo distrito industrial já em implantação ás proximidades do terminal ferroviário. Pode-se dizer que em Rondonópolis se pode comprar desde a mais sofisticada máquina utilizada na agricultura a um simples alfinete.
Rondonópolis é, sem sombra de dúvidas, a principal metrópole do centro-oeste. Aqui estão estabelecidas as principais empresas varejistas do mercado brasileiro e novas estão chegando, haja vista que há pouco mais de um mês aqui se inaugurou a filial de uma das maiores lojas de departamentos nacionais e está em construção, já bem adiantada por sinal, um dos maiores hipermercados do ranking brasileiro. Em Rondonópolis não há desemprego. Só não trabalha quem não quer ou não tem qualificação. E não se qualifica quem não quer. SESI, SENAI e SESC oferecem cursos de profissionalização nos mais diversos setores, atendendo às necessidades do mercado;
Mas, e há sempre um "mas" ao seu ranking de segunda principal cidade mato-grossense, soma-se mais um que, fora de qualquer dívida, é uma nódoa no progresso do nosso progresso.
Rondonópolis é detentora do triste e vergonhoso recorde de ser a cidade mais violenta da região e, proporcionalmente, mais violenta do que a capital. Aliás, há comparações proporcionais que a colocam como a MAIS VIOLENTA DO BRASIL.
Diariamente a mídia, em todas as suas expressões, registra um a dois assassinatos, dois a tres assaltos; números estes que dobram nos finais de semana. É a violência pessoal, é a violência no trânsito. Há que se frisar que as grandes vilãs da violência pessoal são as drogas e as bebidas. Já no tocante ao trânsito, a irresponsabilidade dos condutores de veículos, em sua grande maioria jovens que dirigem sem os mínimos cuidados, como verdadeiros "donos do pedaço" que talvez nunca ouviram falar de "direção defensiva", mesmo porque a sua quase totalidade jamais passou por uma autoescola, mal sabe o que é uma carteira de habilitação.
Mas por falar em drogas, não podemos esquecer que Rondonópolis está no centro das rotas de entorpecentes procedentes da vizinha Bolívia. Não podemos esquecer que Mato Grosso conta com uma eficiente polícia de fronteira – o GEFRON – mas a imensidão da fronteira seca entre Mato Grosso e Bolívia, mesmo que se alocasse um policial a cada dois metros para vigiá-la, o efetivo policial do estado seria insuficiente.
População e até mesmo alguns colegas da imprensa atribuem a violência em Rondonópolis à ineficiência policial, aos despreparo dos policiais. É importante frisar, no entanto, recente entrevista a um canal de TV quando o Sr. delegado regional sediado em nossa cidade afirmava, alto e bom som, que aos nossos dias o efetivo policial em nossa cidade é, nada mais, nada menos do que a metade (frise-se:A METADE) do efetivo de cinco anos atrás. E acrescentou que os "mapas da violência" são periodicamente encaminhados às autoridades superiores. Com a palavra, pois, o Sr. secretário da pasta da segurança pública, com a palavra o Sr, governador do estado.
Ora, senhores, cabe à sociedade organizada continuar com as suas campanhas, contra as drogas e pela humanização do trânsito. Nós da imprensa não podemos apenas nos limitar a noticiar, a reportar, o que, aliás, é nossa obrigação. Mas é também nosso dever cívico (e falo do alto dos meus 68 anos de jornalismo) nos engajarmos em todas os movimentos em prol da redução da violência, darmos a nossa contribuição no próximo ano – ano eleitoral – alertando os Srs. candidatos para que tenham como bandeira de suas campanhas um movimento suprapartidário por uma RONDONÓPOLIS recorde da pacificação.
J. V. Rodrigues

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