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sábado, abril 20, 2024

Embrapa estuda viabilidade econômica de bovino pantaneiro

Quatro núcleos da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) estudam a viabilidade comercial do bovino pantaneiro nos Estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Desde a década de 80, pesquisadores e criadores trabalham para obter a caracterização genética da raça e, assim, aumentar o rebanho.

A estimativa da Associação Brasileira dos Criadores de Bovinos Pantaneiros, fundada este ano, é que aproximadamente 5 mil cabeças ainda habitem livremente o bioma. O trabalho de pesquisa já garantiu a formação de um rebanho menor, de quase 2 mil animais, em criatórios.

Presidente Paulo Moura explica que os trabalhos tem como principal objetivo a preservação da raça, presente nos dois Estados há séculos. “É uma raça de origem européia que foi trazida para cá na época da corrida pelo ouro com dois objetivos: servir como animal de carga e alimentar as tropas. Alguns se evadiram dos rebanhos, se multiplicaram e foram se adaptando as condições da região”.

Resistência no casco para vencer longos trechos de alagados, aperfeiçoamento do olfato e chifres para se defender de ataques, são algumas das características dos animais. “Com o cruzamento com animais de outros rebanhos a raça está perdendo suas características. Por isso este trabalho de multiplicação de matrizes é fundamental”.

O segundo desafio é a obtenção do registro da raça no Ministério da Agricultura e Pecuária. Apesar de ser reconhecido como patrimônio ge- nético do Estado, o bovino pantaneiro ainda não é uma raça com valor comercial.

Pesquisadora da Embrapa Pantanal Raquel Soares Juliano afirma que, somente após este reconhecimento, é possível estudar estratégias de produção para viabilizar o comércio da carne. Testes realizados em 3 décadas já comprovaram o elevado potencial de desenvolvimento do gado. Tanto machos quanto fêmeas iniciam o ciclo reprodutivo mais cedo do que outras raças. Outra característica é a qualidade da carne.

É marmorizada, com alto teor da gordura, que a torna mais macia e suculenta. “Nós fizemos uma pesquisa com consumidores e detectamos que a qualidade e segurança alimentar tem sido decisi- vos na hora da compra. Muitos estão dispostos a pagar mais por uma carne melhor”.

A raça também apresentou grande potencial para produção de leite. Testes são feitos para identificar o tipo de dieta mais aconselhável pa- ra os animais utilizados na atividade leiteira.

No último sábado, produtores e pesquisado- res se reuniram em Cuiabá para debater estas e outras estratégias de conservação e agregação de valor ao bovino pantaneiro. Raquel lembra que, mesmo obtendo o registro da raça, o setor não possui rebanho suficiente para corte. “Uma das estratégias é multiplicar animais meio sangue, por meio de cruzamentos com outras raças. Já fizemos testes e eles se desenvolveram muito bem”.

No Rio Grande do Sul, o bovino crioulo lagea- no, e em Goiás o raleiro pé duro, raças com mes- mo histórico do pantaneiro, já obtiveram registro junto ao Ministério da Agricultura e Pecuária.

Fonte:EMBRAPA

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