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quinta-feira, abril 18, 2024

Infraestrutura precária é ameaça a safra recorde

A pior seca dos Estados Unidos em décadas estimula uma produção recorde de grãos no Brasil. Falta, no entanto, infraestrutura para vendê-los.

Os bons preços das matérias-primas farão os brasileiros plantar a maior área de soja e investir mais em tecnologia, o que contribuirá para uma produção também inédita -se o clima ajudar.

Mas os antigos gargalos logísticos, que neste ano ganharam novos ingredientes, podem atrapalhar a festa.

As greves de servidores federais, neste mês, e a dos caminhoneiros, no mês passado, podem ter efeito prolongado e afetar o transporte da próxima safra de soja.

Hoje, em Lucas do Rio Verde (MT), toneladas de milho armazenadas a céu aberto aguardam uma janela logística para seguir aos principais portos e centros de consumo.

A falta de silos para guardar grãos, que põe em risco a colheita -por deixar o cereal sujeito a influências externas, como o clima-, não é um fato inédito. Ficou, porém, mais evidente neste ano.

Além de a produção de milho ter superado as expectativas, as greves da Receita, da Anvisa e dos caminhoneiros -esta já encerrada- atrasou o escoamento do cereal.
Fonte:Canal Rural
"Lucas do Rio Verde já não tem capacidade para armazenar uma produção tão grande. Com as greves e armazéns lotados, o milho foi ficando a céu aberto", diz Fábio Vizentim, gerente da Ovetril, empresa de armazenagem.

AMEAÇA

Como a safrinha de milho foi muito grande, é alta a probabilidade de o Brasil ainda exportar elevados volumes do cereal no início de 2013, quando começa a colheita da soja.

"Se o Brasil não conseguir exportar rapidamente o milho, a situação pode ficar preocupante", diz Daniele Siqueira, analista da AgRural.

"Será um enorme desafio movimentar esse volume recorde", diz Fábio Trigueirinho, da Abiove (associação das processadoras).

Ao prever problemas maiores em 2013, a Abiove pede mais linhas de crédito para a instalação de armazéns.

A estocagem é só parte do problema. Além das estradas malconservadas, falta de meios de transporte alternativos e capacidade limitada nos portos, a nova lei do caminhoneiro preocupa o setor, pois encarecerá o frete.

Nas novas fronteiras agrícolas o desafio é ainda maior.

"A produção cresce bastante, e a infraestrutura não acompanha. Em breve, teremos problemas logísticos", diz o produtor Gilmar Dell Osbell, de Bom Jesus do Araguaia (MT), que elevará em 55% a área de soja neste ano

Fonte:Poral do Agronegócio

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