23.6 C
Rondonópolis
quinta-feira, abril 25, 2024

Editorial – classe C, o maior celeiro de votos já constituido

A estratificação social, embora um fato histórico, tomou as características em que a conhecemos aos nossos dias e que vai da classe A à E, a partir da Karl Marx com a sua dicotomia Socialismo x Capitalismo.
As relações de classe são relações de poder em cujo conceito está intrínseca a estruturação das desigualdades sociais. Na conceituação do sociólogo Max Weber “ o juízo de valor que as pessoas fazem entre si e como se posicionam nas respectivas classes depende de tres fatores: poder, riqueza e prestígio e que nada mais são do que elementos fundamentais para a constituir a desigualdade social”.
Aos nossos dias, a partir do conceito de renda média per capta a estratificação social, como já dissemos acima, vai da classe A à classe E. Atualmente situa-se na classe A que se subdivide entre A1 e A2, a renda per capta que oscila entre R$9.700,00 e R$ 6.500,00. Na classe B ( também subdivida em B1 e B2) a renda individual vai de R$6.500,00 a R$2.000,00. Na classe C (também C1 e C2) a renda média per capta se situa entre R$2.000,00 e R$700,00. Na classe D a variação vai de R$700,00 a R$500,00 e a E abrange a parcela dos ditos pobres em extremo cuja renda se situa entre R$500,00 e R$300,00.
A classe C que até algum tempo atrás vivia como que epremida entre a A e B e a D e E, a partir de 2008, graças aos programas sociais para as classes menos favorecidas, vem se constituindo na nova força econômica do país, nela inserindo-se cerca da metade da população brasileira. O poder financeiro dessa classe hoje supera as classes A e B juntas. Segundo estudos da FGV nos últimos oito anos um contingente da ordem de 25 milhões de brasileiros subiu para a classe C que hoje detém 53,6% do potencial de consumo, contra 44,5% das Classes A e B juntas.
Os candidatos a cargos eletivos, nas eleições que se aproximam, têm sua visão voltada para essa classe social que poderá, funcionar como o fiel da balança, com o seu peso político. Nos termos de um estudo recém-concluído pelo Centro de Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas (FGV) por si só essa classe poderia eleger, sozinha um presidente já no primeiro turno.
Na avaliação dos analistas político-sociais a classe C é consciente do seu poder econômico,mas não teria ainda se dado conta do poderio de sua força para influenciar o cenário eleitoral.
Ainda segundo a FGV “essa massa de emergentes que hoje é ala dominante da população brasieira, deseja mais do que tudo garantir seu status quo, preservando conquistas obtidas. Se possível, imagina também avançar ainda mais na pirâmide social”.
Efetivamente, essa classe é que constitui hoje a verdadeira Classe média brasileira. Essa massa eleitoral está nas ruas, muitos deles ainda sem uma definição quanto ao seu voto: são os indecisos à procura de uma bandeira concreta que lhe assegura a continuidade da sua ascenção.
O setor produtivo – dos bancos à indústria, do comércio ao setor de serviços – já se deu conta do valor que representa esse público e reorientou seu arsenal de marketing para esse universo. Os partidos políticos no entanto, ao que parece, ainda estão hesitantes em atacar diretamente, com mensagens claras, o maior celeiro de votos já construído.
Da redação/J.V. Rodrigues

RELACIONADAS

PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

OPINIÃO - FALA CIDADÃO