Cercado pela mídia européia, Ronaldinho chegou ontem a Barcelona para decidir seu futuro clube, o que deve ocorrer em até três dias. O meia trabalha para se transferir ao Milan, o que o deixaria distante da Olimpíada de Pequim.
Sem obrigação pela legislação da Fifa, o clube italiano não liberou nenhum atleta acima de 23 anos aos Jogos. E não costuma conceder privilégios.
Oficialmente, Ronaldinho declara que quer atuar na Olimpíada. A CBF não comenta o assunto, já que o meia-atacante negocia sua transferência.
Nos bastidores, a confederação conta com a palavra do meia-atacante e de Assis, garantindo que ele vai aos Jogos.
Essa hipótese ficaria mais fácil se ele fechasse com o Manchester City, que ofereceu mais dinheiro aos catalães –32 milhões de euros (R$ 82 milhões). Na Inglaterra, o brasileiro teria maior margem de manobra.
Mas Ronaldinho deixou claro sua preferência pelo time italiano. Ontem, seu agente Roberto Assis, e o vice do Milan, Adriano Galliani, conversaram. Ao sair, o empresário disse que a negociação "estava muito bem, não poderia ser melhor".
Também houve reunião de Assis com dirigentes do Barcelona. A partir dessas reuniões, a imprensa italiana anunciou que a proposta do Milan foi considerada "satisfatória".
Há a previsão de encontro entre Galliani e o presidente do Barcelona, Joan Laporta, nos próximos dias. O clube catalão informou que dá três dias para fechar a negociação ou Ronaldinho fica na Espanha.
Provável destino do craque, o Milan já vetou Kaká dos Jogos. Se liberar Ronaldinho, teria de explicar ao outro brasileiro porque o tratamento diferente com o recém-chegado. E receberia pedidos de outras cessões de atletas de outras seleções.
Pior, criaria crise com a federação italiana. O clube recusou até a liberação do lateral Daniele Bonera, 27, para ser um jogador acima de 23 anos da seleção italiana na Olimpíada, o que gerou polêmica no país.
Como está mal fisicamente, Ronaldinho deve ser encaminhado ao laboratório MilanLab, que faria exames no atleta. Depois, participaria da pré-temporada com o Milan, que é considerada essencial na Itália, especialmente para o atleta.
Folha de S.Paulo
