32.5 C
Rondonópolis
terça-feira, abril 23, 2024

DESIGUALDADES SOCIAIS

Dados estatísticos registram que cerca de 40 milhões de pessoas passam fome no Brasil e o total mundial ultrapassa a casa de um bilhão. Em outras palavras: para cada seis pessoas que habitam o planeta hoje, uma não tem o que comer.
A proporção brasileira é ainda pior. Considerando-se os dados do IBGE que dão ao nosso país 191 milhões de brasileiros a proporção dos que não tem comida no prato é mais de um a cada cinco. Fixe essa constatação estarrecedora: um quinto da população brasileira está com fome, em estágio de desnutrição ou subnutrição.
Os números absurdos, inaceitáveis no escopo de uma civilização que vive o século XXI, com avanços de toda ordem, foram divulgados recentemente pela Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO). E justamente o Brasil, celeiro do mundo, líder da produção de alimentos em vários itens, maior exportador global de carne, maior produtor de soja, trigo e similares, traz índices típicos de Terceiro Mundo logo neste quesito.
O banco americano Merrill Lynch entregou na semana passada o outro lado da moeda. Num levantamento realizado em parceria com a consultoria Capgemini, constatou que o número de milionários do mundo – incluídos na contabilidade apenas aqueles com ao menos US$ 1 milhão em caixa – chega a 8,6 milhões de felizardos. O Brasil contribui com 131 mil milionários – em dólar! – e está entre os dez primeiros no ranking dos países com mais milionários.
É o retrato de seu histórico erro na divisão do bolo. Essa brutal e vergonhosa desigualdade social é uma praga que se alastra principalmente por falta de empenho geral por soluções efetivas para as camadas mais desassistidas. Esse quadro poderia ser facilmente mudado se, por exemplo, os bilhões em recursos despejados para salvar bancos, multinacionais de carros e outros mais fossem reorientados nessa direção.
Impõe-se , portanto, àqueles em cujas mãos estão os destinos da humanidade preocuparem-se com a busca de saídas para essa situação, e com celeridade.
Até quando será possível viver indiferente ao estado de desnutrição de tantas pessoas? É plausível admitir um país das dimensões e riquezas do Brasil no bloco daqueles com maior disparidade? Se cada um parar para pensar sobre o que fazer, desencadeando uma corrente de solidariedade intercontinental, com ações concretas, haverá mais esperanças para o fim do flagelo da fome. É tudo uma questão de prioridades e o mundo tem que despertar para a constatação de que essa é a maior delas.
J.V.Rodrigues

RELACIONADAS

PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

OPINIÃO - FALA CIDADÃO