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quinta-feira, abril 25, 2024

Joaquim Alfaiate: De Riacho de Santana (BA), a alfaiate em Rondonópolis

O baiano Joaquim Rodrigues teve várias profissões, mas demorou um pouco até descobrir a sua verdadeira vocação na vida. Hoje com 75 anos em franca atividade profissional se sente realizado e feliz por ter escolhido Rondonópolis onde constituiu sua família. Casado com Francisca Pereira Rodrigues, com quem teve quatro filhos; Leonilia, Leonilio, Leonilda e Leonardo. Vamos conhecer um pouco da história desse baiano, como ele diz “aventureiro” até chegar em sólo rondonopolitano.
JFR; Como foi a infância em Riacho de Santana?
Joaquim Alfaiate; Foi uma infância onde todos os meus irmãos se ajudavam, havia muito trabalho na lavoura, mas também muita tranqüilidade. Meus pais João Rodrigues e Fecunda da Silva tiveram 10 filhos, o trabalho na lavoura contava com o apoio de todos os filhos.
JFR; Quais foram os seus primeiro passos na sua trajetória ao sair de Riacho de Santana?
Joaquim Alfaiate; Trabalhei na zona rural com os meus familiares até os 21 anos de idade, eu sempre tive um espírito aventureiro. Saí de Riacho de Santana e fui para o Estado do Paraná onde residi na cidade de Astorga, morei lá durante 03 anos. Nas minhas andanças passei por Corumbá no Estado de Mato Grosso onde servi o Exército.
JFR; Como você chegou ao aprendizado da profissão de alfaiate?
Joaquim Alfaiate; Aprendi a profissão de alfaiate em Curitiba no ano de 1962 depois de uma curta temporada na capital retornei para Astorga, morei também na vizinha cidade Jaguapitã.
JFR; Através de quem você conheceu Rondonópolis, quais os motivos que o trouxeram para cá?
Joaquim Alfaiate; Eu fui passar um período em São Paulo estava na cidade de São Bernardo quando meu irmão Antonio Rodrigues que já morava aqui em Rondonópolis há algum tempo foi me buscar. Eu vim para um trabalho na fazenda cheguei nesta cidade em 31 de agosto de 1964, para ajudar o meu irmão, trabalhamos durante 09 meses na Fazenda Tatarumã.
Posteriormente em 1965 fui trabalhar no ramo de carpintaria, com o saudoso Antonio Serrote, fizemos o madeiramento da Loja Maçônica Estrela do Leste, construímos o prédio da SUCAM na Vila Aurora, o prédio da loja Cimento União que vendia materiais de construção cujo o proprietário era o senhor Waldemar Costa.
JFR; Em que ano você começou a trabalhar no ramo de alfaiataria, com quem você trabalhou em Rondonópolis?
Joaquim Alfaiate; Em 1967 eu comecei a trabalhar na alfaiataria com o saudoso Luiz Cearense, mas não deu certo no mesmo ano eu resolvi trabalhar por conta própria. No dia 27 de Dezembro era um sábado, nessa data em que eu comecei a trabalhar por conta própria. Eu não me esqueço dela, porque nesse mesmo dia faleceu o Frei Servácio. O meu primeiro endereço foi na João Pessoa, posteriormente na 13 de maio onde é hoje o Porão 7, depois então mudei para a Cohab no dia 6 de julho de 1986.
JFR; Quando você chegou em Rondonópolis como era a cidade, você chegou a conhecer alguns colegas de profissão que já estavam aqui?
Joaquim Alfaiate; A cidade tinha pouco movimento, o movimento maior ficava por conta da feira da Praça dos Carreiros, mas ao mesmo tempo causava uma certa preocupação corria água servida na Av. Mal. Rondon, o mau cheiro incomodava os comerciantes e as pessoas que lá freqüentavam. Conheci praticamente todos os colegas que aqui trabalham, ou trabalharam na profissão de alfaiate, a exemplo do Mestre Elias, Antonio Matos, Dimas, Camurça, Eduardo, Geraldo Magela e Badih. Este ano estou completando 51 anos de profissão, estou há 46 anos trabalhando nesta querida cidade.
JFR; Você sentiu que Rondonópolis teria um grande futuro, com relação a profissão muitos dizem que ela está em extinção, você concorda?
Joaquim Alfaiate; Sem dúvida, a cidade bem situada geograficamente, um pólo importantíssimo estava destinada ao crescimento. Com relação a extinção da profissão eu digo que todas as grandes empresas no setor de produção de roupas tem um alfaiate contratado. A profissão não está em extinção, muitos não trabalham por conta devido ao alto imposto o IPI que é cobrado pelas autoridades. Chamo aqui a atenção dos jovens que tiverem vocação para o setor que se interessem pela profissão, essa é uma questão que também vai depender muito do interesse da nossa juventude.
JFR; Agradecemos ao senhor Joaquim Alfaiate pela gentileza da entrevista.

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