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sexta-feira, abril 26, 2024

Até quando?

A cada dia novos escândalos vêm surgindo no cenário nacional, envolvendo políticos, agremiações políticas, empresas estatais, empresas que prestam serviços ao poder público.
A propósito, recorda-me a afirmação do Sen. Jeferson Perez ( de saudosa memória): “os escândalos se sucedem com tal rapidez que fica-se em um compasso de espera até que surja um seguinte para que o anterior caia no esquecimento da opinião pública”. Essa afirmação do Senador ocorreu há cerca de dois anos atrás, mas é atualíssima aos nossos dias.
O país vive um momento de expectativas, sob as consequências da crise mundial que preocupa os governantes do mundo inteiro. Os seus reflexos estão dia a dia nas manchetes do noticiário. As bolsas estão em permanente oscilação, as contas do país estão fechando em vermelho, o que não acontecia desde 1998, o PIB está aquém da expectativa do governo.
Os níveis de desemprego sobem a cada dia e já batem à nossa porta. Somente no setor frigorífico o nosso estado já amarga uma preocupante marca de mais de 1000 desempregados.
Não raro ouvimos políticos a bradar que é necessário “dar um basta às denúncias”, por vezes até insinuando uma certa parcialidade da imprensa ao noticiá-las. O que se faz necessário, no entanto, é um basta aos desmandos que estão a ocorrer, alguns deles, chegando bem perto do âmbito restrito da Presidência da República.
O PAC é a “menina dos olhos” do Presidente Lula, é o “filho dileto” da Ministra Dilma Rousseff, a candidata declarada do Presidente para a sucessão em 2010. E é exatamente no PAC que estão surgindo a cada dia novas denuncias de mau uso do dinheiro público, de obras superfaturadas.
Atente-se ao fato que boa parte das obras do PAC giram em torno do DENIT. A C P I para apurar as denuncias em torno desse órgão público foi barrada no Senado. Fica no ar a pergunta: a quem interessaria barrar essa C P I? Certamente não ao Sr. Pagot, Diretor do DENIT que assumiu o órgão com um discurso moralizador ao afirmar em entrevista à revista Istoé que “enquanto no Mato Grosso se fazem estradas ao custo médio de R$375 mil por quilômetro, os projetos do DENIT oscilam entre R$800 mil e R$2,5 milhões.
“Se as denúncias continuarem a se avolumar com um novo escândalo estourando a cada semana, a opinião pública acabará por cair na apatia, ficará como que anestesiada, assistirá a tudo em total passividade” , assim se expressou em entrevista o então líder do PT, o sindicalista LULA DA SILVA, por ocasião da CPI que levou o então Presidente Collor à renúncia . Com as voltas que o mundo dá, seria essa ainda a fala do ex-lider sindical Lula? Ao que parece, não. Principalmente quando os escândalos, principalmente o tráfego de influências e similares muito se aproximam do Palácio do Planalto, tai como o superfaturamento das obras do PAC.
Diante dos escândalos, diante do desemprego, a opinião pública começa a cair na descrença. Haja vista a vertiginosa queda de 10 pontos percentuais na aprovação do Presidente de acordo com as últimas pesquisas.
O Brasil anseia por uma nova ordem sócio-política e somente uma classe política honesta e consciente do seu papel na sociedade é que a poderá assegurar.
Parafraseando Olavo Bilac que concluía um dos seus poemas de exaltação à pátria exclamando “criança não verás nenhum país como este…”, do alto dos meus 65 anos de jornalismo posso afirmar: “brasileiros não vereis neste país tanta corrupção quanto nos últimos tempos”
E concluo lembrando Cícero, o tribuno romano que se imortalizou com os seus discursos tomando dele a frase: “Até quando abusareis da nossa paciência, até quando nos iludireis?”
J.V.Rodrigues

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