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quinta-feira, abril 25, 2024

Números preocupantes

O dado é sem dúvida preocupante e merece uma análise com muito critério, trata-se do relatório divulgado pelo Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) onde 56,4% dos médicos recém-formados do estado de São Paulo foram considerados inaptos para o serviço.
O que chama a atenção neste levantamento é o fato do que o pior desempenho foi na área de saúde pública e epidemiológica, com média de acertos de 49,1. Sabemos que a saúde pública é a área em que a maior parcela da população precisa de médicos e onde há o maior gargalo do setor no Brasil.
Outros dados e números apresentados no relatório também chamam a atenção, 80% dos recém-formados erraram a conduta no tratamento de paciente idoso e 75% demonstraram não saber identificar as principais características e conduta em caso de paciente com problemas respiratórios. Os candidatos ainda tiveram dificuldades em interpretar dados de raio-x e até mesmo a classificação de doenças respiratórias e casos de hipertensão.
Esse relatório mostra, por um lado, que pode estar havendo um desconhecimento muito grande do que está sendo passado nas escolas de medicina do estado de São Paulo com o que ocorre na prática da profissão, ou em uma versão mais light, o Cremesp estaria mais exigente em suas avaliações.
No entanto, é preciso deixar claro que a segunda alternativa não se pode ser admitida, pelo simples fato de que não há como não ser exigente em um exame de avaliação de médicos, a tolerância tem que ser a menor possível, pois o que está em jogo são vidas e isso não se pode deixar de ser avaliado ou analisado.
O presidente da Cremesp, Mauro Gomes Aranha de Lima, deixou claro que esse baixo desempenho dos profissionais é a senha para que se crie algo que realmente impeça que médicos mal formados entrem no mercado de trabalho. Uma saída, de acordo, com o dirigente seria criar um exame obrigatório que barre profissionais que apresentem conhecimento e raciocínio clínico abaixo da média.
Por outro lado, ele reconhece que o modelo atual do relatório do Cremesp serve de alerta para o Ministério da Saúde e também para o Ministério da Educação, que, de forma clara, precisam rever ou analisar o que está sendo feito e acontecendo com a formação de médicos no estado de São Paulo, reconhecido por ser um dos mais desenvolvidos do país em todos os setores e também na medicina.
Se em São Paulo, que tem uma medicina reconhecidamente de ponta, está assim; imagina como está a situação no resto do nosso país. Portanto é torcer para que em breve esses números melhorem e que passamos a ter mais médicos de qualidade se formando, não somente em São Paulo, mas em todo o Brasil.

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