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quinta-feira, abril 25, 2024

Ministro classifica como “loucura” taxação do agronegócio em MT

O ministro da Agricultura Blairo Maggi (PP) criticou a proposta discutida pela Assembleia Legislativa de Mato Grosso de aprovar a taxação das commodities, o que implicaria em pagamentos de impostos pelos produtores de grãos como arroz, soja, milho e outros. Maggi classificou a proposta de “abraço de afogado” e considera descabida a cobrança em um setor considerado instável e vulnerável financeiramente da economia nacional.

“Acho uma loucura o que estão pensando em fazer. Esses setores da agricultura não dão margem muito grande de lucro e os riscos enormes. Quando se taxa esse setor pode tirar a intenção do produtor de produzir. Quando se faz o orçamento de lavoura, por exemplo, se coloca as despesas contra receita. Em muitas oportunidades em que tomamos a decisão de plantar são zero a zero”, disse.

Blairo ainda citou exemplos de Mato Grosso para mostrar que o setor produtivo é instável e, embora reconheça que a cobrança de impostos não resulte em uma quebradeira generalizada, cria um ambiente desfavorável a expansão das atividades produtivas. “No período de seca, as regiões do Médio norte e Araguaia de Mato Grosso são acostumados a colher até 60 sacos de soja por hectare. A média agora está sendo de 40 a 45 sacos de soja. Uma taxação complicaria ainda mais o setor”, ressaltou.

Nas últimas semanas, o líder do governo na Assembleia Legislativa, deputado estadual Wilson Santos (PSDB) esteve em Mato Grosso do Sul para avaliar como funciona a taxação de commodities naquele Estado com vistas a implantação em Mato Grosso. A proposta de taxação de commodities surgiu em meio ao cenário de crise econômica como a alegação de falta de dinheiro para pagar o RGA (Reajuste Geral Anual) dos servidores públicos bem como não dispor de investimentos para o setor de infraestrutura.

Na avaliação do ministro da Agricultura Blairo Maggi, é inviável implantar o mesmo modelo de cobrança devido às particularidades de cada de Estado. “Em Mato Grosso do Sul e Goiás, Estados que vigoram a taxação de commodities, é estabelecido por lei que 30% da produção seja destinada ao mercado interno. Em Mato Grosso, não dispomos de uma lei assim, mas 40% de toda a produção já é destinada ao mercado interno”, explicou.

Na avaliação de Maggi, que foi governador de Mato Grosso por dois mandatos e é senador da República licenciado, para aumentar a arrecadação, o Estado deve concentrar em fiscalizar atividades que não estão pagando impostos legalmente. “Tem que ir atrás dos 40% de grãos que saem para o mercado interno e é tributado por lei mas não estão pagando ICMS (Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços). Existem empresas cerealistas não podem usufruir de incentivos fiscais. Basta regular o que está no mercado interno para aumentar a arrecadação sem cobrar commodities”.

Por último, Maggi disse que não acredita na taxação de commodities em Mato Grosso. “Estive na sexta-feira com o governador Pedro Taques (PSDB) que me informou ser contra esse tipo de cobrança. Isso inclusive foi gravado em rádio e TV”.

Fonte:FolhaMax.

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