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quinta-feira, abril 25, 2024

Pelo fim da Lei de Gérson

O brasileiro, na maioria das vezes, culpa a classe política, quando percebe casos de corrupção em qualquer esfera. Nós costumamos dizer que os corruptos são os outros, porém o brasileiro para encher o peito e acabar com esse mal, precisa também fazer um mea-culpa.
Um exemplo clássico que temos no nosso dia-a-dia está em qualquer agência bancaria superlotada. Quem nunca furou uma simples fila de banco apenas para ser atendido dez minutos mais rápido do que uma pessoa que estava à sua frente.
Para muitos é normal, pois, na verdade trata-se sim de um ato de corrupção, apesar de um grau pequeno de intensidade estamos prejudicando alguém ou por outro lado, levando à risca a Lei de Gerson, que dizia em plena década de 70, que deveríamos “levar vantagem em tudo”.
A malfadada Lei de Gerson entrou no inconsciente coletivo de gerações e gerações de brasileiros que acham normal levar vantagem, mesmo que com isso alguém saia prejudicado ou acabe perdendo um direito conquistado.
Não precisamos ir somente à fila do banco para constatarmos esse viés do brasileiro, fila dupla na escola, um pequeno suborno no trânsito, um mimo para resolver um problema no poder público e até mesmo um antena parabólica direcionada para não pagarmos assinatura em um sistema de tv pago. Todos esses exemplos mostram que em menor ou maior grau há sim uma semente de corrupção dentro do brasileiro médio.
Esse comportamento míope em muitas vezes faz com que em muitos momentos a classe política também, em alguns casos, passe a pensar que a corrupção é um crime menor de impacto pequeno na sociedade.
Na verdade um ledo engano, a corrupção é tão lesiva quando um homicídio, um assalto ou um sequestro, pois acaba fomentando esses crimes, pois interfere na questão social, quebra oportunidades, contribui para uma má educação ou por uma saúde inadequada para a população de baixa renda.
Mas, o erro de nós brasileiros é a forma em que estamos encarando o problema. A solução para a corrupção não ir às ruas com a cara pintada e gritar fora esse ou aquele político, o problema precisa ser encarado de forma mais adulta e inteligente.
O primeiro aspecto para mudar está dentro de nós, precisamos entender que quando furamos a fila do banco, de uma forma ou de outra estamos sendo corruptos e fomentando a corrupção, temos que mudar o nosso comportamento na sociedade e dar um fim de uma vez por todas na Lei de Gérson, isso sim é o primeiro passo para solucionarmos o problema.
O outro passo também depende de nós, precisamos eleger a cada eleição, pessoas comprometidas com a sociedade e com o bem-estar da população e que não tenha medo de fazer os enfrentamentos internos para acabar com o problema.
Um desses enfrentamentos é transformar as penas de crimes de corrupção ainda mais severas em nosso país, criar condições para que a justiça julgue de forma realmente precisa esses crimes.
Se não fizermos isso de forma urgente a corrupção, com toda a certeza ela vai acabar com o nosso país e para que isso não ocorra vai depender de cada um de nós, vamos todos nos conscientizar e entender que não devemos e nem podemos mais permitir que a Lei de Gerson ainda continue viva em nosso país. Ou seja, temos pela frente um problema que só depende de nós para ser resolvido. Está na hora de agirmos e a hora é agora.

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