Mato Grosso deve contar com um incremento na produção de trigo a partir de julho, a reabertura do moinho de trigo na capital. A novidade foi apresentada nesta quarta-feira (21.01) pelo secretário de Desenvolvimento Rural, Neldo Egon, após audiência entre representantes da Câmara Técnica do Trigo (CTT), do moinho e o governador Blairo Maggi. Os representantes do segmento apresentaram uma carta ao chefe do executivo reivindicando políticas específicas, como mais investimentos públicos em pesquisa, e apoio político para a melhoria do preço mínimo do trigo.
Atualmente toda a farinha de trigo consumida em Mato Grosso, dez toneladas mensais pelo levantamento da CTT, é importada de outros Estados ou mesmo da Argentina. Com a reativação do moinho na capital, e com o aumento do plantio da cultura, existe a capacidade de ocupação de 35% deste mercado, explicou o coordenador do CTT, Hortêncio Paro. Ele ainda destacou que a cultura serve para ocupação de vazios sanitários de plantio, ou seja, nas entresafras de algodão e soja. “É mais uma opção ao agricultor. È importante lembrar que a Argentina atravessa problemas climáticos que dificultam a exportação, tornando o nosso produto competitivo”.
O primeiro segmento da economia a sentir as mudanças de uma maior produção interna do trigo é o das panificadoras. Para o presidente do Sindicato dos Panificadores, Luis Garcia, este foi o início de uma nova realidade. Ele detalhou que Mato Grosso possui 16 mil empresas no segmento gerando um mínimo de 15 mil empregos diretos. “Nós vamos plantar e moer o trigo aqui, tendo a farinha na porta da nossa padaria com o preço muito menor que em outros Estados”.
O secretário Neldo Egon afirmou que as propostas serão todas analisadas com calma pelo governador Blairo Maggi, mas adiantou que algumas reivindicações já foram manifestadas positivamente pelo Governo. “Vamos apoiar a produção do trigo. O moinho, pelos acordos feitos hoje, será reaberto. É mais uma cultura que vem incrementar o setor produtivo”. O moinho de trigo havia sido fechado em 2005 devido a problemas de logística.
QUALIDADE – O coordenador da CTT ainda comemorou que o trigo produzido em Mato Grosso já é comparado com o melhor trigo produzido na Argentina – maior produtor de trigo da América Latina – em termos de peso específico, força de glúten e qualidade sanitária.
A CTT é composta por 16 membros de diferentes órgãos do Estado e Governo Federal. No ano de 2008, a Câmara permitiu alguns avanços como a realização de duas unidades de observação de trigo de sequeiro em Alto Taquari e Campo Verde, e quatro Unidades demonstrativas de trigo irrigado nos municípios de Primavera do Leste, Lucas do Rio Verde e Sorriso. O trigo de sequeiro atingiu uma produtividade de 42 sacos por hectare e o irrigado atingiu, em alguns testes, 80 sacos por hectare.
Secom
Governo apoia maior produção de trigo em Mato Grosso
