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sexta-feira, abril 26, 2024

Rondonópolis na mão da experiência

Independente da bandeira política que carrega, se é que carrega alguma, ou mesmo que seja no campo da simpatia, qualquer cidadão de Rondonópolis tem a mesma certeza: a cidade está nas mãos, tanto no Executivo como no Legislativo, de dois dos mais experientes homens públicos de seu quadro político. Percival Muniz (PPS), o prefeito, foi deputado federal constituinte no fim dos anos 80, ou seja, ajudou na elaboração da carta magna, a constituição que rege a nação, passando também pela Assembleia Legislativa de Mato Grosso e certamente fez em seus dois primeiros mandados como chefe do Paço Municipal (98 à 2004) a maioria das grandes obras hoje notadas na arquitetura da cidade, como a construção do Parque das Águas, a Construção do Estádio, pavimentação de vários trechos da Vila Operária e outros. Com a batuta da Câmara de Vereadores na mão, o peemedebista Lourisvaldo Manoel de Oliveira, o veterano Fulô (PMDB), assume pela segunda vez, em sua trajetória de 22 anos como parlamentar, a presidência do legislativo local.
Fulô e Percival, se não tem a defesa unânime dos embates ideológicos ocorridos nas praças, bares, lares e ambientes de trabalho rondonopolitanos, ao menos pode se dizer que já têm suas características mais do que propagadas no conhecimento popular. O segundo tem o perfil arrojado, gosta de surpreender e tem na cabeça sempre uma nova ideia para solucionar o mais aparente grave problema. É um político que se estressa com o engessamento da máquina pública e por muitas vezes é até acusado de ‘irresponsável’ por seus adversários por perder a paciência e não esperar o vencimento burocrático dos trâmites e ‘mandar fazer’, antes mesmo que podia. Porém, talvez seja exatamente esta característica que o trouxe de volta a prefeitura para fazer história e ser o único a sentar por três vezes na cadeira máxima da política municipal. Há de se reconhecer que nos dois primeiros anos do governo atual, apesar dos avanços na saúde como a criação de Prontos Atendimentos em bairros, Muniz não conseguiu ser o mesmo devido ao que classificou como ‘bagaça’, no que se refere ao estado administrativo que pegou o Município. De Fulô, seja de quem vive bem perto da política, ou quem observa tudo com certa distância do dia a dia das principais reuniões e sessões ordinárias da Câmara, o que se espera é transparência ao máximo. O peemedebista não se furta em dizer a verdade, seja ela de quem for, criticar seu próprio partido ou correligionários, como já fez várias vezes com o ex-governador Silval Barbosa (PMDB).
O veterano assumiu a presidência da Câmara e já se mostrou incomodado com vários servidores do legislativo que já estavam de recesso e não participaram da solenidade de sua eleição, no fim do último mês de dezembro, esvaziando o parlamento municipal. Chegou falando grosso, prometendo mudanças, e elas efetivamente devem chegar porque todo aquele que faz gestão tende a querer deixar naturalmente sua marca. Mesmo com duras críticas aos primeiros momentos da gestão Percival, Fulô começou leve com o prefeito, e em seus primeiros discursos enfatizou a importância da parceria entre os poderes, mesmo que sua eleição como presidente da Câmara tenha denotado um crescimento da oposição e insatisfação de vários vereadores com o tratamento dado a eles pelo Executivo até agora.
Para os cofres municipais, o ano de 2015 também deve ser de interessante recuperação. O prefeito Percival Muniz já tem preparado projetos esplendorosos e recursos viabilizados para a criação de um grande Parque Ambiental às margens do Rio Vermelho, próximo ao Horto Florestal; recebeu R$ 50 milhões do Governo Federal para asfaltar e fazer a drenagem de vários bairros da cidade, o que deve começar já nos primeiros momentos do ano; anunciou a reforma e modernização de pontos importantes da cidade como a Praça dos Carreiros; comprometeu-se em construir a Avenida Beira Rio, saindo do Cais até a Lions; já tem dinheiro destinado para a construção de uma ponte sobre o córrego Arareau na Rua Arnaldo Estevan e ainda almeja construir uma ponte sobre o Rio Vermelho, no final da Lions Internacional, com recursos oriundos do IPTU, para que quem esteja no centro da cidade tenha acesso facilitado a BR 163/364.
Se conseguir fazer tudo isso, realmente Percival se credencia a ter um terceiro mandato tão marcante quanto foram os dois primeiros. A possibilidade de reeleição, no entanto, parece que neste momento sequer passa pela cabeça do prefeito, que se mostra preocupado com a saúde pessoal e sinaliza não tentar seguir no posto que está a partir de 2016. Na Câmara, Fulô também deve trabalhar muito, assim como Muniz, e de sua boca já veio ao próprio Folha Regional em primeira mão: ele quer ser prefeito e já avisou ao seu próprio partido. Talvez exista mesmo um caminho real para Fulô, já que se Percival realmente não vier e Adílton Sachetti (PSB) manter a palavra de não abandonar o mandato de deputado federal, o cenário eleitoral em Rondonópolis de fato está imprevisível neste momento. Mas como disse uma vez o ex-governador de Minas Gerais José de Magalhães Pinto, apesar de alguns atribuírem erroneamente a Tancredo Neves: “Política é uma nuvem. Você olha e ela está de um jeito. Olha de novo, em seguida, e já mudou tudo”. Percival, inclusive, adora repetir esta frase.
Redação; Hevandro Soares

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