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sábado, abril 20, 2024

É necessário ter grandeza, sempre…

“Muito se discute em todos os cantos se o brasileiro é um povo politizado ou não e esta tentativa de criar um apartheid político, dividindo ricos e pobres, ou nordestinos e sulistas, cada um para seu lado após o pleito eleitoral é coisa de gente com muita pouca visão”
Boa parte da população brasileira parece ter matado a saudade da infância nos últimos dias e o que se vê nas principais conversas pós-eleições 2014, sejam elas virtuais ou carnais, é um verdadeiro festival de ignorância e de chororô, semelhante aquele menino que vai embora chorando da padaria até a casa por não ter conseguido o pirulito que tanto queria. O doce, neste caso, é a presidência da república e o menino mimado boa parte dos apoiadores de Aécio Neves. Não que este artigo exclua as inúmeras bobeiras ditas também do lado petista, ainda em meio a corrida eleitoral, mas a derrota, desta vez, parece ter gerado uma raiva descomunal e muita gente já começa a torcer contra cada passo da reeleita presidente da república, como se por acaso não fosse diretamente atingido quando a chefe de estado errar em suas decisões.
O sentido de existência de uma oposição política dentro do próprio Congresso Nacional é totalmente salutar e muito saudável para o exercício diário democrático das principais decisões e projetos deliberados na capital federal. Mas isto partir para as ruas e os mais de 50 milhões que votaram no tucano torcer contra a própria nação, fazendo o clima de rivalidade se arrastar para fora do período eleitoral tornasse razoavelmente perigoso para o crescimento do mais rico país da América Latina, que precisa da união de seu povo para conseguir um crescimento equilibrado e veloz. Muito se discute em todos os cantos se o brasileiro é um povo politizado ou não e esta tentativa de criar um apartheid político, dividindo ricos e pobres, ou nordestinos e sulistas, cada um para seu lado, após o pleito eleitoral, é coisa de gente com muita pouca visão.
Em vez de se digladiar verbalmente nas redes sociais e nos whats app da vida, os jovens podem e devem usar seus tempos para estudar mais sobre a própria política em si, a formação dos partidos brasileiros, relembrar em livros momentos históricos da nação, até para que em um novo momento real de confronto de ideias, seja ele em um momento eleitoral ou em qualquer bate papo, isto possa ser em alto nível e não atacando situações pessoais e preconceituosas referentes aos candidatos e ao seu eleitorado. Está faltando grandeza para quem perdeu e não se diz aqui apenas em pessoas consideradas leigas no assunto, até pseudos-intelectuais, como o jornalista Diogo Mainardi, contribuem para o retrocesso democrático ao profanar palavras e análises totalmente mesquinhas a decisão majoritária da população brasileira, que decidiu pela continuação do projeto petista.
Mas só para se fazer justiça, este reflexo de intolerância entre apoiadores de Aécio e Dilma não nasceu do nada. Muito disso é culpa dos próprios candidatos que em boa parte de suas campanhas partiram para ofensas pessoais e especialmente a uma ala da imprensa que deixou o profissionalismo de lado, e muitas vezes até a ética, para declaradamente mirar a metralhadora para um alvo e disparar denúncias, algumas ainda sem provas, no claro intuito de interferir no resultado eleitoral. Se isto para quem convinha era ainda mais combustível e cartucho para atacar o adversário, para quem estava do outro lado e se sentia injustiçado gerou a revolta, que acabou por culminar neste momento horrível de divisão que se forma na juventude e se alastrou por todas as faixas etárias brasileiras.
Em um primeiro momento pós-vitória da adversária, a primeira ação de Aécio Neves foi ligar para aquele que há pouco havia lhe dado a derrota: Dilma Rousseff. A ação não é só cordial, mas deve fazer parte não só da vida diplomática, mas política de representantes públicos e de todo ser humano evoluído ou que queira chegar lá. Já aquele deputado, vereador ou qualquer outro dono de cargo público eletivo que atuar no desserviço da sociedade em prol de um projeto partidário deve exemplarmente ser extirpado de sua posição, se não possível de outra maneira, na eleição seguinte pela população.
Sobre o povo, o comerciante deve abrir sua cabeça e pensar que quando fala mal do pobre que recebe o bolsa família na verdade está falando mal de seu próprio freguês. Já o cabeleireiro que ataca o nordestino, o mineiro ou o carioca chamando-os de ‘burro’ por ter votado em um partido de ladrões, pode estar com a tesoura no cabelo de alguém sentado na cadeira de seu estabelecimento que tenha parentes nas regiões mais pobres do Brasil e que sabe que todos eles ficaram longe da fome depois do benefício do governo, que deve sim como qualquer outra política evoluir a partir de agora. No fim, somos todos brasileiros e se Deus também o é e se deu o trabalho de enviar seu filho para nos pedir para nos amarmos, façamos isto então obedientemente.
Da Redação

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